Conclusão dos posts anteriores
Afinal, meu avô
chegou à residência do indivíduo, bateu na porta, entrou e encontrou esta cena:
o quarto em que esse homem estava não tinha nenhum móvel, mas apenas uma cama
com um colchão encostado na parede, de maneira que esta servia de cabeceira
para apoiar o travesseiro.
Ele disse, arfando:
“Dr. Ribeiro, muito obrigado.”
— Mas o que o senhor
tem?
— Estou tuberculoso
em alto grau, e às portas da morte.
Meu avô, sentado na
cama dele e sujeito a contágio, tomou nota do que ele sentia para explicar ao
médico, e tentaria que este fosse àquela hora da noite à casa dele; depois iria
comprar os remédios numa farmácia.
Após algum tempo,
meu avô retornou à casa do homem, deu-lhe todos os remédios, e mandou reservar
uma passagem especial para o enfermo e sua senhora, num trem que devia ir no
dia seguinte para a cidade do interior do Estado, onde ele queria morrer. Os
dois embarcaram, tendo o meu avô pago tudo.
Era uma lição de
misericórdia que mamãe dava, lição esta acompanhada da ideia de que quem não
tem misericórdia não receberá misericórdia. E que a clemência de Deus e de
Nossa Senhora, no Juízo, é reservada especialmente para os clementes.
Naturalmente, um
menino, como era eu, se impressionava muito com esse fato narrado por Dona
Lucilia, e as ideias sobre o Céu, o Inferno, o Juízo, a Morte, se radicavam
muito no meu espírito.
Lucilia Corrêa de
Oliveira – Extraído de conferência de 11/10/1993
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