Há
nela uma calma, uma espécie de estar à margem do fluxo da vida, da trepidação,
da torcida. Isto é, uma manifestação fora da efervescência e da torcida e uma
elevação de alma para aprofundar-se. A importância que isto tem no
recolhimento, condição prévia para a reflexão! A alma recolhida é aquela que,
quando não está com os outros, não está só, está com seu mundo interior,
pensando. Não é separar-se do convívio para pensar, mas é, neste convívio,
conviver com os outros.
Uma
coisa que estava muito nela, era o respeito e a confiança no superior a
qualquer título. A ideia que ela fazia dos pais era algo mitificado, com um
respeito e uma confiança extraordinários. Nunca notei nela sinal de tristeza
porque outro tivesse mais.
Muitas
vezes alegre e nunca se lamentando com sua própria situação. Era muito mais
dela a comunicação de uma graça do que a obtenção de uma graça, o que equivale
ao vitral com a luz. Isto nos é transmitido como existia nela e como ela via.
A
pessoa quando se aproximava dela tomava toda esta doçura, que é a atmosfera da
alma daquela que ama Aquele que é mais do que ela. Sabia tornar se doce, o que
era venerável. A gente se aproximando dela, sua doçura
fecundava e convidava. Basta ver o Quadrinho. Uma pessoa tendo uma tal
intimidade, que uma mocinha de 15 anos poderia ter uma prosa com ela, se assim
quisesse. Ela era dotada da capacidade de ver em tudo a imagem e semelhança de
Deus.
Plinio
Corrêa de Oliveira
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