sábado, 24 de novembro de 2018

Nunca recusou a cruz


Em nenhum momento, das recordações dela, do que ela me contava do passado dela, ela teve a menor recusa da cruz.
Mas a cruz ia se manifestando progressivamente maior do que ela imaginava. E nisso havia uma certa surpresa que ia cada vez mais fundo, mais fundo, mais fundo na alma dela. E assim ia se formando no espírito dela a ideia de que a vida tomada a sério não era senão um grande carregar de cruz. Em dado momento, a gente vê que ela ficou pasma de perceber o quanto a cruz estava em sua vida.
Mas ao mesmo tempo ela era muito confortada pela ideia de que Nosso Senhor Jesus Cristo tinha sofrido incomparavelmente mais, com paciência e com amor. Isso fazia muito bem a ela e modelava o seu coração para sofrer dessa maneira, de modo tal que no perfil moral dela não só foi se delineando o traço dominante da sofredora, mas foi se delineando uma coisa paradoxal muito bonita. Por ser sofredora, quer dizer, compreendendo o sofrimento e tendo coragem de tomá-lo sobre si, ficou muitíssimo capaz de ajudar os outros a sofrerem.
Então, era uma paciência com as situações, com as coisas, com as pessoas, uma coisa incalculável. Nunca resmungando, nunca protestando, nunca nada! Mas com a deliberação de sofrer com resignação até o limite de arrebentar e de compreender que o sentido da vida era a cruz.
Plinio Corrêa de Oliveira – extraído de uma conversa 11/02/1990

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