Em nenhum momento, das
recordações dela, do que ela me contava do passado dela, ela teve a menor
recusa da cruz.
Mas a cruz ia se manifestando
progressivamente maior do que ela imaginava. E nisso havia uma certa surpresa
que ia cada vez mais fundo, mais fundo, mais fundo na alma dela. E assim ia se
formando no espírito dela a ideia de que a vida tomada a sério não era senão um
grande carregar de cruz. Em dado momento, a gente vê que ela ficou pasma de
perceber o quanto a cruz estava em sua vida.
Mas ao mesmo tempo ela
era muito confortada pela ideia de que Nosso Senhor Jesus Cristo tinha sofrido incomparavelmente
mais, com paciência e com amor. Isso fazia muito bem a ela e modelava o seu
coração para sofrer dessa maneira, de modo tal que no perfil moral dela não só
foi se delineando o traço dominante da sofredora, mas foi se delineando uma
coisa paradoxal muito bonita. Por ser sofredora, quer dizer, compreendendo o
sofrimento e tendo coragem de tomá-lo sobre si, ficou muitíssimo capaz de
ajudar os outros a sofrerem.
Então, era uma
paciência com as situações, com as coisas, com as pessoas, uma coisa incalculável.
Nunca resmungando, nunca protestando, nunca nada! Mas com a deliberação de sofrer
com resignação até o limite de arrebentar e de compreender que o sentido da
vida era a cruz.
Plinio
Corrêa de Oliveira – extraído de uma conversa 11/02/1990
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