segunda-feira, 15 de maio de 2017

Eixo e modelo de todo verdadeiro afeto

Continuação dp post anterior
Mentalidade hollywoodiana: busca do interesse e do prazer
Dª Lucilia com o neto
É exatamente o que começou a ser contestado no mundo, logo depois de eu ter iniciado a conhecê-la, não com aquele conhecimento instintivo que uma criança tem de sua mãe, mas quando, como filho, comecei a analisar, a admirar e a querê-la bem.
O sistema hollywoodiano de viver é a negação de tudo isso, porque ele importa em uma vida apressada, de corre-corre atrás do interesse e do prazer, onde não há tempo nem desejo de deter a atenção em valores dessa ordem, e uma vida que se detém nesses valores parece fracassada e balofa. A alegria saracoteante deve dominar toda a existência, e o homem precisa ter um otimismo egoístico, na contínua esperança de que vai conseguir tudo aquilo que ele deseja para si.
A outra pessoa com que o indivíduo se relaciona desempenha um magro papel dentro disso. Ele quer ter um automóvel, uma casa, um avião, quer fazer viagens, enfim, divertir-se; e todo esse afeto fica à margem, nas franjas da vida, importando cada vez menos, enquanto o egoísmo vai tomando conta da existência.
E o verdadeiro afeto tem qualquer coisa de tristonho, porque as condições desta vida levam a compreender que devemos uns aos outros uma estima, a qual entende bem que o outro sofre e nós sofremos também, e que temos de nos ajudar a carregar o peso da vida. O saracoteio hollywoodiano não comporta isso.
Quando analisamos a imagem do Coração de Jesus, vemos uma postura muito digna, em que Nosso Senhor Se dá inteiro e mostra seu Coração. E notamos qualquer coisa de triste n’Ele, como quem prevê a hipótese de não ser correspondido, de receber uma ingratidão, ou tem em conta uma ingratidão que recebeu, mas perdoa e convida para um novo ato de bondade, de confiança. É o que está expresso.
Comparemos isso com o perpétuo saracoteio, o pula-pula e a alegria contínua de Hollywood, e compreenderemos que há um abismo de diferença entre as duas mentalidades!

E Dona Lucilia pegou o fim dessa escola do afeto, da qual era discípula ardentíssima. Logo depois dela veio a escola do contrário.
Continua no próximo post.

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