quarta-feira, 10 de maio de 2017

Eixo e modelo de todo verdadeiro afeto

O afeto de Dona Lucilia para com os outros tinha como modelo o Sagrado Coração de Jesus, e o corolário desse afeto era a abnegação. Bem o contrário da mentalidade hollywoodiana, que se caracteriza pelo otimismo egoístico.
Na concepção de Dona Lucilia sobre as relações psicológicas, humanas, o termo final do relacionamento era o afeto. E o afeto tinha uma importância enorme, no modo dela conceber a vida.
Afeto cheio de admiração, renúncia de si mesmo
Mamãe considerava que quando as pessoas se conhecem e encontram uma verdadeira e séria afinidade, isso desfecha num afeto mútuo. E, portanto, para o processo mental de uma criatura humana em face da outra, seja qual for a natureza das relações — pai, filho, marido, mulher, irmão, irmã, amigo —, o desfecho é se contemplarem e, na consideração da semelhança ou da afinidade, terem um afeto.
E esse afeto representava algo que dava substância e calor à vida, e se simbolizava no coração. Donde a devoção ao Sagrado Coração de Jesus era o afeto de Deus pelos homens, e convidava ao afeto dos homens para com Deus.
Mas não era um afeto boboca, de querer bem sem consequência; era um afeto cheio de admiração, com entusiasmo, analítico, que examina o que quer e se transforma em dedicação, em abnegação.
Mamãe era muitíssimo abnegada. O corolário do afeto era a abnegação, a renúncia de si mesmo a favor da pessoa a quem se quer bem.
E muito razoavelmente, muito catolicamente, ela via na devoção ao Sagrado Coração de Jesus, Rei e centro de todos os corações, o próprio eixo e o modelo perfeito de todo afeto.

Ou seja, querer bem é como o Coração de Jesus ama cada um de nós; querê-Lo bem é amá-Lo com um amor que é o símile — guardadas as proporções — do amor que Ele tem a nós. E nisso está a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, a qual realiza, assim, o processo, o périplo, o circuito inteiro da alma humana.
Continua no próximo post.

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