quarta-feira, 13 de julho de 2016

Mãe verdadeiramente católica IV

Conclusão dos posts anteriores
O sorriso e a carícia da Mãe do Bom Conselho
O arquétipo de mãe é Nossa Senhora. Portanto, entre a Santíssima Virgem e todas as boas mães há uma espécie de nexo, por onde, a partir do momento em que Nossa Senhora ficou Mãe, tenho a impressão de que a condição de mãe recebeu um acréscimo que não vem da natureza, mas do sobrenatural, nobilitando-a no universo inteiro. E que todas as mães que conservam alguma dignidade — dentro da tradição católica do ser mãe — tiveram, têm e terão até o fim do mundo uma espécie de superávit além da graça comum, algo mais especial para serem mães inteiramente como devem ser, na linha do que a Mãe de Deus foi. Assim como, pela Encarnação do Verbo, todos os seres humanos adquiriram uma dignidade maior.
O que vou dizer nunca li em teólogo algum — e estou pronto a dobrar a língua, com alegria, diante do ensinamento da Igreja —, mas tenho a impressão de que, a partir do momento em que Nosso Senhor Jesus Cristo nasceu, as realezas se tornaram mais sagradas, a condição de professor se tornou mais elevada, a de militar mais heroica. E toda a vida humana recebeu um acréscimo sobrenatural, que começou a perder quando a Revolução estalou.
Essa hipótese me agrada enormemente.
Então, quem foi mais exímia mãe tem um nexo especial com Nosso Senhor Jesus Cristo e com Nossa Senhora. E quanto mais extraordinariamente tenha sido mãe — num sentido simbólico, mas também vivo da palavra —, essa participação com o Coração materno de Maria lucrou alguma coisa. E isto era muito intenso em Dona Lucilia.
A respeito da imagem de Nossa Senhora de Genazzano, sempre tive a seguinte ideia: O que ali está pintado, exprimindo as relações de Nosso Senhor com Nossa Senhora, é uma espécie de consonância e de intimidade tais que Eles nem precisavam falar. Estavam sempre meditando e consonando numa mesma direção. Ela O carrega e Ele se deixa carregar por Ela, com uma naturalidade que representa o amor da Mãe e do Filho de um modo admirável, arquetípico.
É assim que a Mãe perfeita ama o Filho Divino. E todo o amor de filho para mãe e de mãe para filho, de algum modo se repete dessa forma, em graus diferentes. Porque, a partir do momento em que Ela se tornou Mãe, houve esse aperfeiçoamento.
Lembro-me bem do sorriso e da carícia de Mater Boni Consilii quando recebi aquela comunicação, em 1967. Depois daquele fato, passou-me pela mente esta ideia: Como o amor de mamãe é parecido com o d’Ela, embora com diferenças de grau insondáveis!”

Plinio Corrêa de Oliveira – Extraído de conferência de 15/8/1987

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