Conclusão dos posts anteriores
O sorriso e a carícia da Mãe do Bom Conselho
O arquétipo de mãe é
Nossa Senhora. Portanto, entre a Santíssima Virgem e todas as boas mães há uma
espécie de nexo, por onde, a partir do momento em que Nossa Senhora ficou Mãe,
tenho a impressão de que a condição de mãe recebeu um acréscimo que não vem da
natureza, mas do sobrenatural, nobilitando-a no universo inteiro. E que todas
as mães que conservam alguma dignidade — dentro da tradição católica do ser mãe
— tiveram, têm e terão até o fim do mundo uma espécie de superávit além da
graça comum, algo mais especial para serem mães inteiramente como devem ser, na
linha do que a Mãe de Deus foi. Assim como, pela Encarnação do Verbo, todos os
seres humanos adquiriram uma dignidade maior.
O que vou dizer nunca li
em teólogo algum — e estou pronto a dobrar a língua, com alegria, diante do
ensinamento da Igreja —, mas tenho a impressão de que, a partir do momento em
que Nosso Senhor Jesus Cristo nasceu, as realezas se tornaram mais sagradas, a
condição de professor se tornou mais elevada, a de militar mais heroica. E toda
a vida humana recebeu um acréscimo sobrenatural, que começou a perder quando a
Revolução estalou.
Essa hipótese me agrada
enormemente.
Então, quem foi mais
exímia mãe tem um nexo especial com Nosso Senhor Jesus Cristo e com Nossa
Senhora. E quanto mais extraordinariamente tenha sido mãe — num sentido
simbólico, mas também vivo da palavra —, essa participação com o Coração
materno de Maria lucrou alguma coisa. E isto era muito intenso em Dona Lucilia.
A respeito da imagem de
Nossa Senhora de Genazzano, sempre tive a seguinte ideia: O que ali está
pintado, exprimindo as relações de Nosso Senhor com Nossa Senhora, é uma
espécie de consonância e de intimidade tais que Eles nem precisavam falar.
Estavam sempre meditando e consonando numa mesma direção. Ela O carrega e Ele
se deixa carregar por Ela, com uma naturalidade que representa o amor da Mãe e
do Filho de um modo admirável, arquetípico.
É assim que a Mãe
perfeita ama o Filho Divino. E todo o amor de filho para mãe e de mãe para
filho, de algum modo se repete dessa forma, em graus diferentes. Porque, a
partir do momento em que Ela se tornou Mãe, houve esse aperfeiçoamento.
Lembro-me bem do sorriso
e da carícia de Mater Boni Consilii quando recebi aquela comunicação, em 1967.
Depois daquele fato, passou-me pela mente esta ideia: Como o amor de mamãe é
parecido com o d’Ela, embora com diferenças de grau insondáveis!”
Plinio Corrêa de Oliveira – Extraído de conferência de 15/8/1987
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