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O falecimento de seu pai
Dr. Antônio Ribeiro dos Santos Pai de Dona Lucilia |
Um episódio muito
doloroso para ela foi a morte do pai.
Ele viajara a negócios
para Santos. Certa manhã, estando em uma loja no centro da cidade, teve um
desmaio. O dono do estabelecimento deitou-o sobre o balcão, mas ele já estava
desacordado. Levaram-no para a casa de um amigo que morava ali perto.
Ao lado do quarto onde
ele se encontrava deitado, estavam várias pessoas conversando, porque a essas
alturas começaram a chegar muitos conhecidos. Em certo momento ouviram-no
chamar: “Gabriel, Gabriel!”, tratava-se de seu filho mais velho. Este entrou e
perguntou-lhe: “Papai, o que o senhor quer?” Ele fez um sinal de que estava
indisposto, e morreu.
Mamãe não estava em
Santos, mas em São Paulo. No dia seguinte, o trem com o cadáver subiu para São
Paulo para ser feito o enterro.
Ela me contava que
estava numa casa, a pouca distância da residência de vovô, esta situada na
Alameda Barão de Limeira, onde depois passei grande parte de minha vida. Ela se
aprontou para sair com meu pai e um tio que tentaram conduzi-la, pela distância
de meio quarteirão, até a casa onde se encontrava o corpo de meu avô. Mas ela
não conseguia andar, tal era seu estado de emoção e tristeza.
Então esse tio disse a
papai: “João Paulo, você veja, não é possível levarmos Lucilia até a casa do
pai dela, ela não anda! Vamos levá-la de volta para sua residência porque é
inútil continuarmos!”
Papai perguntou para
ela: “Você quer voltar para casa?”
Mamãe fez um sinal
afirmativo, como quem diz: “Não há remédio, eu volto.” Ela nem teve coragem de
ver o cadáver do pai. Foi um choque tremendo!
Continua...
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