terça-feira, 6 de outubro de 2015

A elevação de alma de Dona Lucilia

Analisando as fotografias de Dona Lucilia, percebe-se que ela possuía uma luz, pela qual estava continuamente voltada para a consideração de altos horizontes; e um de seus maiores sofrimentos era ver as devastações que a ausência dessa luz produzia nas almas. Vejamos os comentários de seu filho Plinio Correa de Oliveira a este respeito.
Dona Lucilia era uma pessoa que tinha uma confiança heroica na Providência, e com um matiz diferente da confiança que possuímos.
Confiança de que certo lumen a acompanhará até o fim de seus dias
Suceda o que suceder, um certo lumen da vida dela a acompanhará até o fim. Ainda que esse lumen entre em ocaso, não desaparecerá de seu horizonte sem que ela tenha entrado no Céu. E por isso ela vivia nessa confiança. No fundo, não queria dizer que não acontecerá nada de ruim, mas, por pior que seja a situação, tudo se arranjará em função dessa confiança. Era essa a posição dela.
E acredito que a ação dela nas almas produz certo reavivar disto e, se pedirmos bastante, pode chegar ao reacender da chama. Ou seja, ela torna mais leve a situação, mais agevole, mais praticável, encurta os caminhos pelo deserto etc. Não aludo a mim, não era eu esse lumen. Se eu morresse, ela continuaria a confiar na Providência. Uma coisa é o relacionamento dela comigo, outra são as relações minhas com meus discípulos. Não podemos confundir as duas coisas.
Por exemplo, há fotografias dela nos tempos de moça, antes de se casar, nas quais se pode ver um olhar... Aquilo era o lumen dela. Era algo que mamãe via, procurava e que ela maturou ou que maturou nela… e para o qual ela olhou até o último instante de sua vida.
É difícil definir o que era esse olhar, mas isso está presente em todas as fotografias dela; no fundo, está considerando esse lumen.

No “Quadrinho1”, ela não está olhando nada de concreto. Aliás, mamãe sofria de uma catarata avançada, por causa da idade, e creio que ela via muito pouco, mas nunca quis perguntar-lhe. Eu a levei ao médico, que me disse baixinho: “Isso se resolve apenas com uma operação”; mamãe não ouviu. Ela já estava numa idade em que uma intervenção cirúrgica poderia ser um trauma; por isso, não a fiz operar. Apesar disso, no “Quadrinho” mamãe olha para um ponto indefinido, e que acende uma luz nela.
Continua no próximo post

3 comentários:

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  2. muito bom esse blog ! tomar conhecimento desses fatos é um alento e uma inspiração

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