Continuação do post anterior
A propósito de um recorte de
jornal, Dona Lucilia faz importante previsão
De um
modo geral, ela estava com a razão. Foi o que aconteceu quando eu era deputado
e passava boa parte do tempo no Rio. Certo dia, recebi dela uma carta que,
embora não a tenha guardado, conservo visualmente na memória. A missiva trazia
num canto, preso por um alfinete, com muito esmero, muito gosto, um pedacinho
de papel contendo uma notícia do jornal “O Estado de São Paulo”. Não sei por
que ela não o anexou com um clipe. Pois, em geral, para prender papéis etc. se
usa clipe, e ela os utilizava. Mas nessa carta, talvez porque não tivesse um
clipe à mão, ela pôs um alfinete. E me causou uma minúscula surpresa por que
ela fez isso.
Nessa
missiva Dona Lucilia tratava de vários assuntos e, em certo trecho, ela
escreveu: “Agora, sua mãe vai passar a outro ponto. Leia a notícia acima,
relativa ao professor francês Fulano de tal…”
A
notícia do “Estado” dizia que esse professor da Sorbonne viera ao Brasil para
lançar um movimento de jovens, tendo em vista difundir uma versão mais arejada
e moderna da Doutrina Católica.
Então,
mamãe escrevia:
“Que
coisa esquisita, doutrinas arejadas na Igreja Católica, como se a Igreja fosse
uma instituição mofada e à qual faltasse ar. Abra os olhos, meu filho, porque
aí tem algo para destruir a você e ao movimento das Congregações Marianas! Veja
como você se defende!”
Escrevi
uma carta a mamãe, dizendo que eu tinha estado com esse homem, o qual veio com
um jovem do Rio de Janeiro, aliás, bem educado, fino e sabendo bem manejar as
coisas; eu não conhecia esse jovem e depois disso nunca mais o vi, nem ouvi
falar dele. Ambos procuraram conversar comigo e espalhar umas ideias dessas,
mas lhes dei o contra, também com muito jeito, muito educadamente.
E tinha
ficado mais ou menos no ar que o jovem iria jantar comigo, e teríamos uma
conversa só os dois. Na hora de eles saírem, o rapaz não me convidou para o
jantar, e as nossas relações pararam aí.
Era uma
previsão de Dona Lucilia...
Plinio
Correa de Oliveira – Extraído de conferência de 16/4/1994
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