Apresentamos abaixo algumas considerações de Plinio Corrêa de Oliveira a respeito de sua mãe Dona lucilia.
Dona Lucilia jovem |
Evidentemente, não me
foi possível conhecer Dona Lucilia quando menina. Entretanto, não seria
dificultoso reconstituir seu modo de ser nesse período, fundamentado em seu
estado de alma depois de ela haver se tornado adulta.
Desse estado de alma,
o que mais a caracterizava era uma admirável retidão, que consistia em sempre
analisar todas as coisas em sua realidade inteira. Por mais dolorosa ou, ao
contrário, por mais promissora que fosse qualquer situação, ela tomava tudo com
objetividade, considerando o sofrimento como era de fato, e todas as amarguras
que dele podiam-lhe ser provenientes.
Não obstante, Dona
Lucilia considerava também as alegrias sem exagerar, porém, a dimensão das
vantagens que estas lhe poderiam proporcionar, recordando-se de que tudo é
fortuito nesta terra.
Por essa razão ela
tomava uma posição muito calma e estável em face da vida, sem grandes torcidas,
nem grandes ansiedades ou depressões. Isso não fazia dela, de modo algum, uma
pessoa antipática, pois Dona Lucilia vivia profundamente todos os
acontecimentos, mas sempre com certa distância, não permitindo que eles
influenciassem seu modo de ser.
Entre os
acontecimentos e ela, havia uma camada em que os ruídos dos fatos não
conseguiam penetrar ou transpor. E para aquém das coisas concretas, Dona
Lucilia conservava sua calma, distância psíquica e estabilidade
características.
Recolhimento, tranquilidade e senso do dever
Esse estado de
espírito proporcionava a Dona Lucilia recolhimento, tranquilidade e força para
todas as dificuldades da vida. Por mais que mudassem as circunstâncias, ela
permanecia firme em suas convicções.
O que a motivava a
agir de tal forma era um implícito e profundo senso do dever, em virtude do
qual ela não considerava a vida como a definira certo literato francês: “Um
longo charuto saboroso que se trata de fumar até o fim.”
Dona Lucilia não
entendia que a finalidade da vida era conquistar glórias e prazeres em honras
fátuas, pois ela possuía a certeza de que com a morte tudo isso se esmaecia. E
para ela a vida se caracterizava por algo diverso: um dever a cumprir e uma
excelência de alma a adquirir. Havia prazeres na vida, mas também havia
tristezas; tratava-se então de considerar os prazeres com vistas a poder
aguentar as tristezas.
A finalidade da vida
era cumprir uma missão e um dever que Deus havia designado em sua providência.
Continua no próximo post
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