quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Equilíbrio comunicativo

Continuação do post anterior
Daí se perceber em mamãe um modo de ser pelo qual estava com a alma sempre franqueada para uma comunicação de equilíbrio emocional elevado. Ou seja, para aquelas pessoas que conviviam com ela, Dona Lucilia participava esse estado de espírito e lhes oferecia beneficiar-se do seu equilíbrio comunicativo.
Entendamos o que chamo aqui de equilíbrio. As últimas fotografias de mamãe nos falam muito dessa característica. Nelas se nota ressaltado, sobretudo, um estado afetivo, desejoso de se comunicar, de ser aceito pelo próximo. Esse estado afetivo, por sua vez, contém muitas disposições de alma. Por exemplo, vendo-a, sentimo-nos em presença da boa mãe de família. Noutra ordem de idéias, percebe-se que é uma pessoa para quem a vida transcorreu inteira, conforme os desígnios de Deus, sob o amparo de Maria Santíssima. É uma pessoa vivida, que considera o sacrifício da existência consumado. Está pronta para morrer.
Assim como o sacerdote, ao término da celebração eucarística, diz: Ite missae est, (“ide em paz, a Missa terminou”), assim mamãe, no fim de sua vida, podia afimar: Oblatio facta est. A oblação dela está feita. Não lhe resta mais o que viver.
É o oferecimento, repassado de serenidade, de quem sofreu tudo e, do outro lado do sacrifício, encontrou a paz.

Plinio Correa de Oliveira – Extraído de conferência em 21/4/1977

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