Dr. Plinio descreve
como Dona Lucilia costumava aconselhá-lo:
Mamãe foi uma
dona-de-casa como as havia no seu tempo, com o âmbito de cogitações e percepções
próprias àquelas que passavam a maior parte de sua existência consagradas aos
afazeres domésticos. De nenhum modo sub-inteligente, mas também de nenhum modo
super-inteligente ou inclinada a pensamentos e elucubrações extraordinariamente
profundas, etc.
Observadora, com delicado senso moral
Era, contudo, muito
observadora. Não no sentido de espionar o que se passava à sua volta, por
exemplo escutando alguma conversa atrás da porta, ou tentando obter informações
por meio de perguntas jeitosas, capciosas, ou qualquer manobra do gênero. Nunca
a vi tomar semelhantes atitudes, nem se percebia nela o tipo de esperteza
peculiares a tais procedimentos.
Na verdade, a
perspicácia de Dona Lucilia provinha de seu delicado senso moral. Sentia ela,
portanto, muito bem os matizes de tudo quanto em torno dela se desenrolava, e
isto redundava num invulgar senso psicológico, manifestado sobretudo a
propósito de pontos que a interessavam de forma especial. Por exemplo, se
alguém demonstrava simpatia ou antipatia por mim. Isto era natural: a mãe, por
instinto, tende a proteger o filho, e protesta diante de qualquer coisa que a
este seja contrária. E ela, por ser muito boa mãe, tinha essa sensibilidade
bastante desenvolvida a meu respeito.
A partir dessa
acuidade de observação, mamãe refletia e relacionava acerca do que via, de modo
a formar quadros: “Tal coisa coincide com tal outra e tal outra que notei
anteriormente. Preste atenção nisso e naquilo...”
Continua no próximo post.
Plinio Correa de
Oliveira - Extraído de Conferência em 10/06/1982
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