sábado, 16 de agosto de 2014

Senso de observação e prudência

Dr. Plinio descreve como Dona Lucilia costumava aconselhá-lo:
Mamãe foi uma dona-de-casa como as havia no seu tempo, com o âmbito de cogitações e percepções próprias àquelas que passavam a maior parte de sua existência consagradas aos afazeres domésticos. De nenhum modo sub-inteligente, mas também de nenhum modo super-inteligente ou inclinada a pensamentos e elucubrações extraordinariamente profundas, etc.

Observadora, com delicado senso moral

Era, contudo, muito observadora. Não no sentido de espionar o que se passava à sua volta, por exemplo escutando alguma conversa atrás da porta, ou tentando obter informações por meio de perguntas jeitosas, capciosas, ou qualquer manobra do gênero. Nunca a vi tomar semelhantes atitudes, nem se percebia nela o tipo de esperteza peculiares a tais procedimentos.
Na verdade, a perspicácia de Dona Lucilia provinha de seu delicado senso moral. Sentia ela, portanto, muito bem os matizes de tudo quanto em torno dela se desenrolava, e isto redundava num invulgar senso psicológico, manifestado sobretudo a propósito de pontos que a interessavam de forma especial. Por exemplo, se alguém demonstrava simpatia ou antipatia por mim. Isto era natural: a mãe, por instinto, tende a proteger o filho, e protesta diante de qualquer coisa que a este seja contrária. E ela, por ser muito boa mãe, tinha essa sensibilidade bastante desenvolvida a meu respeito.
A partir dessa acuidade de observação, mamãe refletia e relacionava acerca do que via, de modo a formar quadros: “Tal coisa coincide com tal outra e tal outra que notei anteriormente. Preste atenção nisso e naquilo...
Continua no próximo post.

 Plinio Correa de Oliveira - Extraído de Conferência em 10/06/1982

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