domingo, 29 de junho de 2014

“Que bênção existe nesta casa!”

Outro aspecto que saltava aos olhos de quem tratasse com Dª Lucilia era sua capacidade de passar de um estado de espírito a outro sem solavancos, com suavidade. Essa ordenação lhe permitia transformar em virtude qualidades de alma meramente naturais. Por exemplo, sua acentuada meiguice.
Quando estava sozinha, a impressão que causava era de uma doçura toda feita de resignação. Sua presença era repassada de elevação, de um quê de tristeza cristã, de perdão sem limites, de uma soledade que não era o vazio. Fisicamente Dª Lucilia podia estar só, porém a sala onde ela se encontrasse era toda penetrada pela irradiação de sua bondade.
Muitas pessoas dotadas de sensibilidade à graça sobrenatural notavam tal ação de presença. Característico é o fato ocorrido com um sacerdote que foi levar a Sagrada Eucaristia a Dr. Plinio, então impossibilitado de sair de casa. Logo ao entrar no hall do apartamento, olhando para todos os lados, indagou:
— Quem mora aqui?
E antes mesmo de alguém responder, exclamou:
— Que bênção existe nesta casa!
Em nada se equivocara aquele ministro de Deus. Possuindo o tirocínio do trato com as almas, soube imediatamente perceber o quanto o lar de Dª Lucilia estava carregado de imponderáveis bons, provenientes, em larga medida, das elevadas cogitações dela.

(Transcrito, com adaptações, da obra “Dona Lucilia”, de João Clá Dias)

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