Outro
aspecto que saltava aos olhos de quem tratasse com Dª Lucilia era sua
capacidade de passar de um estado de espírito a outro sem solavancos, com
suavidade. Essa ordenação lhe permitia transformar em virtude qualidades de
alma meramente naturais. Por exemplo, sua acentuada meiguice.
Quando
estava sozinha, a impressão que causava era de uma doçura toda feita de
resignação. Sua presença era repassada de elevação, de um quê de tristeza
cristã, de perdão sem limites, de uma soledade que não era o vazio. Fisicamente
Dª Lucilia podia estar só, porém a sala onde ela se encontrasse era toda
penetrada pela irradiação de sua bondade.
Muitas
pessoas dotadas de sensibilidade à graça sobrenatural notavam tal ação de
presença. Característico é o fato ocorrido com um sacerdote que foi levar a
Sagrada Eucaristia a Dr. Plinio, então impossibilitado de sair de casa. Logo ao
entrar no hall do apartamento, olhando para todos os lados, indagou:
—
Quem mora aqui?
E
antes mesmo de alguém responder, exclamou:
—
Que bênção existe nesta casa!
Em
nada se equivocara aquele ministro de Deus. Possuindo o tirocínio do trato com
as almas, soube imediatamente perceber o quanto o lar de Dª Lucilia estava
carregado de imponderáveis bons, provenientes, em larga medida, das elevadas
cogitações dela.
(Transcrito,
com adaptações, da obra “Dona Lucilia”, de João Clá Dias)
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