Continuação do post anterior
Se
fosse obrigado a sair do País, Dr. Plinio pensava em levar depois sua mãe para
junto de si. Era necessário, portanto, providenciar a emissão do passaporte
dela. Pediu então a um de seus jovens amigos que fosse à sua casa e a
fotografasse para esse fim.
Foi
assim que, certo dia, bateu à porta do “1º Andar” uma pessoa dizendo-se mandada
por Dr. Plinio para tirar algumas fotografias dela. Na atmosfera pesada que
reinava no Brasil, logo desconfiou Dª Lucilia tratar-se de um repórter. Tal
impressão se acentuou ainda mais quando o visitante, enquanto tirava as
fotografias, certamente para ser agradável, começou a lhe fazer perguntas sobre
sua vida e sua família.
Quando
mais tarde Dr. Plinio chegou a casa, ela assim lhe contou o ocorrido:
—
Filhão, na sua ausência esteve aqui um repórter. Queria me fazer também uma
entrevista por ser eu uma velha dama paulista de 400 anos. Então me pediu que
lhe contasse minhas recordações de São Paulo antiga. Mas eu disse que sem o
consentimento do meu filho, Dr. Plinio Corrêa de Oliveira, eu não falaria com
jornalista algum!
Dava
especial sabor ao relato a frase “meu filho, Dr. Plinio Corrêa de Oliveira”,
proferida por Dª Lucilia num tom de voz que procurava expressar todo o respeito
devido a ele.
Diante
dessa encantadora ingenuidade de Dª Lucilia, na qual transparecia uma vigilância
que a extrema idade não fizera esmorecer, seu filho respondeu:
— Mamãe,
a senhora fez muito bem!...
(Transcrito,
com adaptações, da obra “Dona Lucilia”, de Mons. João Clá Dias)
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