terça-feira, 8 de abril de 2014

A visita de um “jornalista”

Continuação do post anterior
Se fosse obrigado a sair do País, Dr. Plinio pensava em levar depois sua mãe para junto de si. Era necessário, portanto, providenciar a emissão do passaporte dela. Pediu então a um de seus jovens amigos que fosse à sua casa e a fotografasse para esse fim.
Foi assim que, certo dia, bateu à porta do “1º Andar” uma pessoa dizendo-se mandada por Dr. Plinio para tirar algumas fotografias dela. Na atmosfera pesada que reinava no Brasil, logo desconfiou Dª Lucilia tratar-se de um repórter. Tal impressão se acentuou ainda mais quando o visitante, enquanto tirava as fotografias, certamente para ser agradável, começou a lhe fazer perguntas sobre sua vida e sua família.
Quando mais tarde Dr. Plinio chegou a casa, ela assim lhe contou o ocorrido:
— Filhão, na sua ausência esteve aqui um repórter. Queria me fazer também uma entrevista por ser eu uma velha dama paulista de 400 anos. Então me pediu que lhe contasse minhas recordações de São Paulo antiga. Mas eu disse que sem o consentimento do meu filho, Dr. Plinio Corrêa de Oliveira, eu não falaria com jornalista algum!
Dava especial sabor ao relato a frase “meu filho, Dr. Plinio Corrêa de Oliveira”, proferida por Dª Lucilia num tom de voz que procurava expressar todo o respeito devido a ele.
Diante dessa encantadora ingenuidade de Dª Lucilia, na qual transparecia uma vigilância que a extrema idade não fizera esmorecer, seu filho respondeu:
— Mamãe, a senhora fez muito bem!...  

(Transcrito, com adaptações, da obra “Dona Lucilia”, de Mons. João Clá Dias)

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