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Um hematoma no pulso
Quando menino, meus
afagos para ela eram torrenciais, mas desajeitados. E eu, para agradá-la, batia
no braço dela, etc. Recordo-me de que estávamos almoçando todos em casa de minha
avó, numa mesa muito grande, e mamãe portava um vestido em que a manga não chegava
até o punho, deixando aparecer uma pulseira de marfim que ela usava.
De repente, alguém
lhe perguntou:
— Lucilia, o que é
esse hematoma que você tem aí no pulso?
Ela, um tanto
ingenuamente, respondeu:
— Foi um agrado do
Plinio.
Todos os convivas caíram
na gargalhada. Eu, também sentado à mesa, não compreendi o que aquilo tinha de
risível.
— Mas Lucilia —
continuou a pessoa —, onde é que se viu isso?! Ela manteve-se séria, sem
azedume, e disse:
— Não sendo o mal, Plinio pode fazer o que quiser.
Continua
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