segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Incólume tabernáculo interior - VIII

Continuação dos posts anteriores
Um hematoma no pulso
Quando menino, meus afagos para ela eram torrenciais, mas desajeitados. E eu, para agradá-la, batia no braço dela, etc. Recordo-me de que estávamos almoçando todos em casa de minha avó, numa mesa muito grande, e mamãe portava um vestido em que a manga não chegava até o punho, deixando aparecer uma pulseira de marfim que ela usava.
De repente, alguém lhe perguntou:
— Lucilia, o que é esse hematoma que você tem aí no pulso?
Ela, um tanto ingenuamente, respondeu:
— Foi um agrado do Plinio.
Todos os convivas caíram na gargalhada. Eu, também sentado à mesa, não compreendi o que aquilo tinha de risível.

— Mas Lucilia — continuou a pessoa —, onde é que se viu isso?! Ela manteve-se séria, sem azedume, e disse: 
— Não sendo o mal, Plinio pode fazer o que quiser.
Continua

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