Dia da formatura na
Faculdade do Largo São Francisco
Outro momento no
qual ela passou por grande aflição foi quando cheguei quase atrasado à minha
formatura na Faculdade de Direito. Aí ela fez um drama comigo que nunca fizera
em outra ocasião. Chamou-me para irmos ao quarto dela, que era longe, no outro
lado da casa. Entramos, era dia de formatura e pensei que ela fosse me dizer
alguma coisa agradável; ela passou a chave na porta, coisa que nunca havia
feito, e pôs-se de joelhos diante de mim.
Eu disse:— Mas
mãezinha, o que é isso?!
Ela respondeu:
— Você não sabe o
que eu sofri durante esse tempo, e você vai me prometer que nunca mais repetirá
isso.
Então percebi o que
era. Dei risada, ajudei-a a levantar-se.
Ela afirmou:
— Não, você não está
tomando a sério o que estou dizendo e a coisa é seríssima.
— Está bem, eu
prometo tudo o que a senhora quiser...
Passamos, então, à
sala onde estavam as outras pessoas. Foram as duas vezes que a vi assim.
Daí essa calma que vemos
nesta fotografia. É uma pessoa que viveu sua vida e tem a sensação de que os
vagalhões todos vieram, mas não penetraram nem desarranjaram em nada esse
tabernáculo interior, e que, portanto, a vida estava feita. Alguma coisa que
nessa idade ainda viesse não era mais nada. Ela estava se preparando para o
Céu.
A calma e a glória
Continua
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