Com
certa frequência, eram convidados a almoçar ou jantar em casa de Dª Lucilia
alguns dos mais antigos companheiros de ação e de luta de Dr. Plinio, aos quais
ela concedia maior intimidade.
Durante
a refeição, a conversa atingia freqüentemente elevados temas religiosos,
políticos e outros. Dona Lucilia se mantinha em atitude de discreta atenção, a
tal ponto que um amigo particularmente íntimo de Dr. Plinio lhe dizia por vezes
num tom de voz imperceptível para ela:
—
Preste atenção. Repare como ela está te olhando...
Dr.
Plinio, sem deixar de conversar, observava discretamente Dª Lucilia,
comprovando como ela sorvia enlevada cada uma de suas palavras.
Noutras
ocasiões, em que estava presente algum eclesiástico, e a conversa enveredava
por temas doutrinários ou teológicos, Dª Lucilia interrompia amavelmente e perguntava:
—
Por que não contam isso para meu cunhado?
Dona
Lucilia estimava muito esse parente, e acreditava que despertar o interesse
dele para tais assuntos lhe faria bem à alma. Por seu turno, ele também gostava
de visitá-la e de manter com ela longas prosas, atraído precisamente por certos
reflexos de alma que nela notava e que nunca deixou de admirar. Conforme
comentou em certa ocasião, impressionavam-no sobretudo a atitude dela perante o
sofrimento, e a distância que ela sempre soube manter em relação aos dissabores
da vida, sem deixar que seus nervos fossem abalados por eles.
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