domingo, 11 de maio de 2014

Zelo pela conversão de um cunhado

Com certa frequência, eram convidados a almoçar ou jantar em casa de Dª Lucilia alguns dos mais antigos companheiros de ação e de luta de Dr. Plinio, aos quais ela concedia maior intimidade.
Durante a refeição, a conversa atingia freqüentemente elevados temas religiosos, políticos e outros. Dona Lucilia se mantinha em atitude de discreta atenção, a tal ponto que um amigo particularmente íntimo de Dr. Plinio lhe dizia por vezes num tom de voz imperceptível para ela:
— Preste atenção. Repare como ela está te olhando...
Dr. Plinio, sem deixar de conversar, observava discretamente Dª Lucilia, comprovando como ela sorvia enlevada cada uma de suas palavras.
Noutras ocasiões, em que estava presente algum eclesiástico, e a conversa enveredava por temas doutrinários ou teológicos, Dª Lucilia interrompia amavelmente e perguntava:
— Por que não contam isso para meu cunhado?

Dona Lucilia estimava muito esse parente, e acreditava que despertar o interesse dele para tais assuntos lhe faria bem à alma. Por seu turno, ele também gostava de visitá-la e de manter com ela longas prosas, atraído precisamente por certos reflexos de alma que nela notava e que nunca deixou de admirar. Conforme comentou em certa ocasião, impressionavam-no sobretudo a atitude dela perante o sofrimento, e a distância que ela sempre soube manter em relação aos dissabores da vida, sem deixar que seus nervos fossem abalados por eles.

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