Foi ainda na tranquilidade de sua alma
que Dª Lucilia enfrentou a crescente dificuldade de visão. Quando o incômodo
aumentou, seu filho a levou a um bom oculista. Tendo-a examinado, o médico
disse baixinho a Dr. Plinio:
— Ela está com catarata muito adiantada
nos dois olhos — dando a entender que poderia operá-la.
Após rápida e judiciosa reflexão, Dr.
Plinio optou por não submeter sua mãe àquela cirurgia, que poderia
impressioná-la muito e infligir-lhe um sofrimento desnecessário, estando ela já
tão idosa. Algum tempo depois, cessou o progresso da enfermidade, permitindo a
Dª Lucilia conservar, até o fim de seus dias, suficiente clareza de visão para
levar uma vida normal, em meio às condições de sua veneranda idade. Esses
consoladores auxílios da Providência muito contribuíram para atenuar aquela
sombra de tristeza, o que bem podemos notar em fotografias posteriores.
Curiosa foi a reação de um oculista, em
outra consulta, ao assestar os aparelhos a fim de examinar os olhos de Dª
Lucilia. O médico, que além de exímio profissional tinha alma de artista, antes
de proceder ao exame não conteve uma exclamação:
— Que belo olhar!
Foi para ele inesquecível o privilégio
de contemplar aqueles olhos castanho-escuros. De fato, nestes se encontravam
serenidade, afeto, veracidade, em síntese, uma garantia de proteção própria a
tocar profundamente as almas que sabiam admirá-los.
(Transcrito,
com adaptações, da obra “Dona Lucilia”, de Mons. João S. Clá Dias)
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