quarta-feira, 30 de março de 2016

Transbordamento de bondade IV

Conclusão dos posts anteriores
"Catena aurea" de intermediações
Não me espanta nem um pouco, portanto, que ao pedir graças por intercessão dela, as pessoas sejam atendidas dessa maneira. Foi o próprio modo de ser dela, a vida inteira.
Há um princípio de São Bernardo, que diz: “De Maria nunquam satis”. Nunca basta, a respeito de Nossa Senhora. É o único princípio em que eu timbro em ser estrito até o último ponto possível e imaginável. Quer dizer, qualquer forma de devoção à Virgem Santíssima que se tenha adquirido, seja a que título ou de que maneira for, não se diminui nunca!
Contudo, em que proporção se deve pedir a Dona Lucilia, em que proporção se deve pedir a Nossa Senhora?
A meu ver, a resposta varia muito de acordo com a pessoa. Eu, por exemplo, peço enormemente a Nossa Senhora, mais do que a mamãe, porque me habituei a isso e “de Maria nunquam satis”.
Creio que o recurso a ela deve ser visto como o de todas as outras devoções, que não são a Nossa Senhora ou a Nosso Senhor Jesus Cristo, naturalmente. Todas as devoções são consideradas em função da mediação universal de Maria Santíssima.
A Doutrina Católica ensina que qualquer santo no Céu — por exemplo, Santo Antônio de Pádua ou Santa Teresinha do Menino Jesus — que obtenha uma graça de Deus para nós, foi porque pediu por meio de Nossa Senhora. A fortiori, as almas que a Igreja não canonizou, mas se tem certeza de serem amadas por Deus, estão nessas condições. Podemos pedir, e se obtivermos, devemos agradecer, certos de que foi por meio de Nossa Senhora que essa alma nos conseguiu esse favor; do contrário, ela não obteria nada.
Entretanto, pode ser que, por desígnios da Providência, nossa atenção mais assídua esteja concentrada, de imediato, nessa alma, mas sempre com esse fundo de quadro que, aliás, repete-se em relação a Nosso Senhor Jesus Cristo, porque Ele é o único mediador entre o Padre Eterno e os homens. Nossa Senhora obtém porque pede por intermédio d’Ele. Se Ela pedisse desligada d’Ele — muito mais, a fortiori, do que no caso d’Ela conosco — não obteria nada. Há, portanto, uma espécie de catena aurea 2 de intermediações.

Plinio Correa de Oliveira - Extraído de conferência de 30/1/1982

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