Conclusão dos posts anteriores
"Catena aurea" de intermediações
Não me espanta nem um
pouco, portanto, que ao pedir graças por intercessão dela, as pessoas sejam
atendidas dessa maneira. Foi o próprio modo de ser dela, a vida inteira.
Há um princípio de São
Bernardo, que diz: “De Maria nunquam satis”. Nunca basta, a respeito de Nossa
Senhora. É o único princípio em que eu timbro em ser estrito até o último ponto
possível e imaginável. Quer dizer, qualquer forma de devoção à Virgem
Santíssima que se tenha adquirido, seja a que título ou de que maneira for, não
se diminui nunca!
Contudo, em que
proporção se deve pedir a Dona Lucilia, em que proporção se deve pedir a Nossa
Senhora?
A meu ver, a resposta
varia muito de acordo com a pessoa. Eu, por exemplo, peço enormemente a Nossa
Senhora, mais do que a mamãe, porque me habituei a isso e “de Maria nunquam
satis”.
Creio que o recurso a
ela deve ser visto como o de todas as outras devoções, que não são a Nossa
Senhora ou a Nosso Senhor Jesus Cristo, naturalmente. Todas as devoções são
consideradas em função da mediação universal de Maria Santíssima.
A Doutrina Católica
ensina que qualquer santo no Céu — por exemplo, Santo Antônio de Pádua ou Santa
Teresinha do Menino Jesus — que obtenha uma graça de Deus para nós, foi porque
pediu por meio de Nossa Senhora. A fortiori, as almas que a Igreja não
canonizou, mas se tem certeza de serem amadas por Deus, estão nessas condições.
Podemos pedir, e se obtivermos, devemos agradecer, certos de que foi por meio
de Nossa Senhora que essa alma nos conseguiu esse favor; do contrário, ela não
obteria nada.
Entretanto, pode ser
que, por desígnios da Providência, nossa atenção mais assídua esteja
concentrada, de imediato, nessa alma, mas sempre com esse fundo de quadro que,
aliás, repete-se em relação a Nosso Senhor Jesus Cristo, porque Ele é o único
mediador entre o Padre Eterno e os homens. Nossa Senhora obtém porque pede por
intermédio d’Ele. Se Ela pedisse desligada d’Ele — muito mais, a fortiori, do
que no caso d’Ela conosco — não obteria nada. Há, portanto, uma espécie de
catena aurea 2 de intermediações.
Plinio Correa de Oliveira
- Extraído de conferência de 30/1/1982
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