Passados
os dias de apreensão que vivera o País no início dos 60, momentos nos quais a
confiança na proteção divina foi seu principal consolo, Dª Lucilia tomou aquela
pena tantas vezes utilizada para transmitir palavras de afeto, que faziam os
encantos do filho distante, para escrever uma missiva à sua cunhada, a madrinha
de Dr. Plinio.
A
última carta
Dona
Lucilia não via Dª Teresa desde a viagem a Pernambuco, havia sessenta anos. No
entanto, com ela mantivera sempre afetuosa correspondência.
Comovedoras
são as linhas desta carta, a última escrita por Dª Lucilia antes de partir para
a eternidade.
São
Paulo, [abril de 1964]
Dona Tetê |
Querida
Tetê!
Penso
que ainda não recebeste a carta que te escrevi dando notícias nossas. (...)
Estava sofrendo muito com reumatismo nos pés, e nas pernas, e o fígado
péssimo!... Só ando de braço com uma empregada, e uma bengala na outra [mão], e
com dificuldade!...
Sinto
bem que não possas vir ver como o teu afilhado trabalha pela nossa religião...
Tem escrito diversos livros católicos, fala em toda parte, a convite de uns e
outros, para falar nas recepções, etc., e não chega para tudo!!
Sinto-me
tão enfraquecida, que penso que já não te escreverei mais!!
Recomenda-me
com afeto a todos que ainda se lembrem de mim!
Com
um afetuoso abraço, beija-te a cunhada que muito te quer,
Lucilia
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