Conclusão dos posts anteriores
Um fruto de categoria da
Civilização Cristã
Dona Lucilia no início da década de 1930 |
Ela nutria pela mãe um
alto conceito; considerava-a uma senhora virtuosa e, ademais, pelos hábitos e
por uma porção de outras circunstâncias, via em Dona Gabriela uma espécie de
fruto de categoria da Civilização Cristã. Assim Dona Lucilia refletia sobre a
morte da mãe e o desaparecimento deste ente de categoria, que ela tinha
admirado tanto.
Procurei distraí-la um
pouco, sentei-me ao lado dela e peguei um de seus braços, para ver se desviava
sua atenção, levando-a a pensar em outra coisa que aligeirasse o peso da
reflexão. Mamãe notou bem minha presença, estava com os olhos bem abertos, e
percebi que seu corpo estava com temperatura normal. Entretanto, ela não
respondeu, não reagiu em nada, não se deixou desviar.
Vi que ela recebeu bem o
que eu estava fazendo, mas como quem diz: “Meu filho, no momento minha atenção
é para outra coisa”; e continuou refletindo tranquila. Passadas algumas horas,
voltei lá, e aos poucos essa impressão ia se atenuando. Depois ela estava de pé
e acompanhando aquelas questões de funerais, cumprindo seu dever de filha da
falecida e que morava na casa.
Quando encontrei Dona
Lucilia em seu quarto, não notei que ela estivesse naquele momento rezando pela
alma de sua mãe. Terço nas mãos possivelmente não tinha, pois eu teria percebido.
Isso é uma coisa inteiramente cabível, certamente ela rezou, mas não tenho
sinal disso. De uma coisa estou certo: ela estava considerando o ocorrido com
muita seriedade, muita elevação, numa perspectiva religiosa.
Plinio Corrêa de Oliveira – Extraído de conferência de 9/8/1981
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